É inevitável que uma das atividades mais apaixonantes para uma boa parte do mundo – o futebol – tenha dado origem a uns quantos livros magníficos.
Esta é a lista dos nossos livros favoritos, sejam eles romances com o futebol como pano de fundo, sejam eles biografias de intervenientes do jogo ou declarações de amor ao desporto-rei em prosa.
Vamos a isto!
Os livros de futebol a não perder:
1. Futebol ao Sol e à Sombra de Eduardo Galeano
Eduardo Galeano é um dos grandes nomes da literatura sul-americana do século XX.
Escritor e jornalista uruguaio, foi admirado pelos seus trabalhos em torno das questões sociais mais prementes das Américas e é um ícone da esquerda sul-americana.
Para além da política, a grande paixão da vida de Galeano foi o futebol e este Futebol ao Sol e à Sombra, publicado em 1995, é uma compilação maravilhosa de colunas jornalísticas escritas ao longo de quatro décadas.
A sua visão sobre o jogo, seja ao nível do relvado ou do betão nas bancadas, é praticamente inigualável e deu origem a algumas frases que ficaram para a História da literatura futebolística.
Impressionam em especial as suas considerações-amargos sobre o futebol brasileiro e o seu amor ao futebolista-artista, o quase desaparecido “número 10”.
2. Inverting the Pyramid de Jonathan Wilson
Qualquer pessoa que tenha um mínimo de interesse sobre a História do futebol, ou sobre o seu lado mais estratégico, deve adicionar Inverting the Pyramid de Jonathan Wilson à sua coleção.
É uma viagem pelo lado tático do futebol, desde as primeiras formações primitivas do futebol inglês até ao MW (e, depois, WM) que surge como resposta a essas primeiras visões.
Depois há as explicações para o catennacio de Herrera, o Brasil de Telê Santana, até chegar ao futebol moderno de Pep, Mourinho e Klopp.
Tudo isto explicado de forma simples e aprazível. É um livro capaz de agradar aos que não sabem muito sobre estratégia futebolística e aos que dominam todos os fundamentos.
3. Fever Pitch de Nick Hornby
Conhecido sobretudo pela obra Alta Fidelidade, convertida em filme de culto, Nick Hornby já havia escrito, no início dos anos 90, uma autobiografia sobre as suas experiências como adepto de futebol, em concreto do Arsenal.
Publicado em 1992, antes da era Wenger e dos Invincibles, Fever Pitch é uma história de amor a um clube que teve tantos baixos como altos e mais dissabores do que títulos.
É uma narrativa fascinante sobre o futebol inglês dos anos 70 e 80 e sobre o ser-se adepto de um clube ao qual nunca coubera outro papel que não o de underdog face ao domínio de Nottingham, Liverpool e Manchester United, cada um no seu momento.
4. Tor! The Story of German Football de Ulrich Hesse
O futebol alemão nunca foi o mais sexy ou adorado pelos adeptos europeus.
No entanto, tanto ao nível das seleções, como dos clubes, sempre foi marcado pelos sucessivos títulos das suas equipas.
Mais: apesar de ser menos seguido do que Premier League, La Liga ou Serie A, o futebol alemão foi responsável por algumas das maiores transformações táticas e metodológicas que o mundo viu.
Tor! é uma viagem pela psique do futebol alemão – desde a luta contra Hitler ao nascimento do gegenpressing, desde os sucessos de Beckenbauer à geração falhada do final dos anos 90.
Para quem gosta do futebol alemão, a leitura é obrigatória.
Para quem não gosta, a leitura é o primeiro passo para passar a gostar.
5. Football Against the Enemy de Simon Kuper
Simon Kuper é conhecido por ter escrito Soccernomics, um livro que ajuda a explicar porque é que o futebol é atravessado por um mecanismo reprodutor que impede que os pequenos ultrapassem os grandes.
No entanto, é Football Against The Enemy, publicado em 1994, que tem entrada directa para a nossa lista.
É um maravilhoso exercício sociológico sobre as rivalidades no futebol.
Sobre como os derbies são, muitas das vezes, mais importantes que os troféus.
Sobre como vencer, no campo, o inimigo local, é mais importante do que conquistar o mundo.
Acima de tudo, é sobre como as rivalidades que nascem nos campos de futebol colonizam muitas vezes a vida de todos os dias e atravessam relações profissionais, amicais ou familiares.
Um tratado sobre o jogo fora do jogo.