A Liga dos Campeões quase não nos dá descanso e já está de volta para as meias-finais.
Chelsea, PSG, City ou Real Madrid: quem chegará à final de Istambul?
Uns procuram o seu primeiro troféu, outros procuram voltar a sentir o sabor da vitória na maior competição mundial de clubes.
Vamos à antevisão?
Jogos das meias-finais da Liga dos Campeões:
Real Madrid x Chelsea
Esta é a meia-final que tem os dois semi-finalistas que já venceram a competição. Entre os dois clubes, há um mundo de distância, ainda assim.
O Real Madrid já venceu a competição por 13 vezes, ao passo que o Chelsea tem apenas 1 destas taças no seu museu.
Para aqui chegarem, ambas as equipas tiveram trajetos semelhantes, encontrando adversários complicados, mas que ultrapassaram com relativa facilidade.
O Real Madrid ultrapassou a Atalanta nos oitavos-de-final com duas vitórias (3-1 em Madrid, 0-1 em Bérgamo) e o Liverpool nos quartos-de-final (novamente um 3-1 em Madrid e um empate a 0 em Liverpool).
Já o Chelsea despachou o Atlético de Madrid com uma facilidade inesperada (1-0 na 1ª mão e 2-0 na 2ª mão) e nos quartos-de-final encontrou o F.C.Porto, tendo ganho 2-0 na primeira mão, o que foi suficiente para passar com uma derrota por 1-0 na 2ª mão.
Tanto Tuchel como Zidane não montaram propriamente um futebol entusiasmante para aqui chegar, mas fortemente ancorado em equipas equilibradas e conscientes dos diferentes momentos do jogo.
Real e Chelsea fizeram jogos quase cínicos nas eliminatórias anteriores, de grande segurança defensiva e altos níveis de eficácia ofensivos.
É uma meia-final entre duas equipas que têm muito a uni-las, mas quiçá terá ainda mais a separá-las.
O Real tem vários jogadores e um treinador com múltiplas Ligas dos Campeões no currículo, uma dose de experiência absolutamente incomparável e um histórico na competição que fica muito acima de qualquer outro clube europeu.
O Chelsea, por seu turno, tem uma equipa recheada de jovens e/ou sem experiência nesta fase da competição (Mount, Zouma, Reece James, Jorginho, Mendy ou Havertz, entre outros) e apenas uma vitória na competição, conseguida na era dourada de Terry, Lampard e Drogba.
Mesmo ao nível do relvado apresentam soluções muito distintas: se o Real Madrid de Zidane opta quase sempre por um 4-3-3 clássico, com um meio-campo conservador e um ataque com liberdade criativa, o Chelsea de Tuchel é uma equipa que alterna entre o 3-5-2 e o 3-4-3, com dinâmicas ofensivas que variam muito de partida para partida (Havertz, Werner, Mount e Zyiech podem jogar em qualquer posição do ataque).
Uma eliminatória que deverá ser bastante equilibrada, independentemente disso se traduzir em muito espectáculo ou numa boa quantidade de golos.
PSG X Manchester City
Tal como na outra meia-final, as duas equipas estão unidas pelo seu histórico na competição – nunca a venceram, apesar das elevadas ambições e das muitas tentativas para o fazer.
O Paris Saint-Germain teve até agora o trajeto mais difícil dos quatro semi-finalistas.
Nos oitavos-de-final encontrou o Barcelona, que matou logo na primeira-mão, em Nou Camp, com um 1-4 que chocou a Europa (o empate a 1 golo na segunda mão não foi senão uma nota de rodapé da competição).
Nos quartos-de-final, o PSG encontrou o campeão em título, Bayern de Munique, tendo também conseguido uma vitória fora de casa na primeira mão (2-3) que lhe valeu o bilhete para as meias.
O Man City foi o único semi-finalista que venceu os 4 jogos a eliminar na competição, mas também encontrou dois adversários inferiores – nos oitavos despachou o Gladbach com duas vitórias por 2-0 e nos quartos-de-final voltou a encontrar um clube alemão, o Borussia Dortmund, a quem também venceu por duas vezes com o mesmo resultado (2-1).
Nos bancos, dois dos treinadores mais respeitados do mundo.
No banco do City está Guardiola, que procura vencer a Champions League pela primeira vez desde que saiu do Barcelona (3 anos em Munique e 4 em Manchester ainda não trouxeram sucesso europeu), enquanto no banco do PSG se encontra Pochettino, que há duas épocas esteve perto de vencer a competição com o Tottenham, caindo apenas na final contra o Liverpool.
Esta será, porventura, uma das eliminatórias mais excitantes da Champions League nos últimos anos.
O futebol fluído e sem referências posicionais do City contra a criatividade e velocidade extrema dos homens mais avançados do clube francês.
Com De Bruyne, Bernardo, Neymar ou Mbappé, o talento por m2 que vai estar em campo quase estará ao nível de uma final de uma grande competição de selecções.
Não há favoritos, nesta que é autenticamente uma final antecipada.
O altíssimo nível de cada um dos ataques deverá produzir vários golos, alternâncias no marcador e, esperamos, suspense até aos últimos minutos da segunda partida.
Apesar de esta ser a meia-final entre os clubes que nunca venceram a competição, é difícil não pensar que deste jogo sairá o grande favorito a vencer a final de Maio em Istambul.