O Euro 2020 já vai a meio e chegaram os oitavos-de-final. O mata-mata. O go big or go home.
Numa competição em que 16 das 24 equipas seguem em frente, não houve lugar a muitas surpresas, mas há tendências esperadas que se verificaram e outras nem tanto.
Vamos às nossas antevisões para os oitavos-de-final do Euro 2020 para os jogos de sábado e domingo!
Gales x Dinamarca
No Grupo A, em que se esperava que Itália seguisse em frente e Suíça e Turquia lutassem pelo segundo lugar, o País de Gales trocou as voltas a todos. Empatou a Suíça, limpou a Turquia e só perdeu com os transalpinos.
O esforço valeu bem a pena, porque enfrenta agora a Dinamarca, em vez da França.
A Dinamarca, por sua vez, fez História no Euro e passou o seu grupo com apenas 3 pontos, os mesmos de Finlândia e Rússia, que foram eliminadas.
Os dinamarqueses estiveram francamente mal contra Finlândia e Bélgica, mas um belo jogo ante a Rússia bastou para chegar aos oitavos.
É uma partida complexa, com duas equipas que sabem trocar a bola, mas se sentem bastante confortáveis com um jogo mais físico e directo.
Se fosse há um mês atrás, não seria descabido atribuir total favoritismo à Dinamarca, mas com Gales a jogar acima das expectativas, um enorme espírito de grupo e Bale de regresso à boa forma, o jogo deve mesmo cair para o lado dos britânicos.
Itália X Áustria
Espera-se aqui uma das eliminatórias menos disputadas destes oitavos.
É verdade que a Áutria conseguiu o segundo lugar do seu grupo e a Itália, pese embora os 9 pontos, não defrontou ainda um adversário verdadeiramente forte.
No entanto, os números contam uma parte da história apenas. A Itália não tem culpa de não ter apanhado outra equipa de topo até agora, sendo que se tem exibido a um nível altíssimo e sem fraquezas assinaláveis.
A Áustria, por sua vez, foi absolutamente incapaz de discutir o jogo frente à Holanda, venceu com muito esforço a Macedónia do Norte e nunca pareceu superior à Ucrânia, apesar de ter ganho o jogo.
Numa eliminatória em que duas equipas dos Alpes vão lutar entre si para encontrar Bélgica ou Portugal, parece francamente difícil acreditar noutro resultado que não a passagem da Itália, com maior ou menor esforço.
Holanda X República Checa
Esta partida é o perfeito oposto do jogo entre Itália e Áustria – desequilibrado no papel, pode não ser bem assim dentro de campo.
A Holanda venceu os seus 3 jogos, mas nunca pareceu verdadeiramente confortável neste Euro – quase deixou escapar o jogo com a Ucrânia e mostrou dificuldades frente à Áustria.
A República Checa despachou com facilidade a Escócia e fez dois belos jogos contra Inglaterra e Croácia.
Os checos são das equipas mais confortáveis em não ter bola, nesta competição, e na frente têm Schick, um avançado que chegou ao Euro no topo da sua forma e que pode ser uma dor de cabeça para os holandeses.
Ora, quer isto dizer que os Países Baixos vão dividir o favoritismo e não vão estar no controlo do jogo? Não, nem por isso.
É esperado que a equipa de De Boer assuma as despesas do jogo e consiga quebrar a muralha checa mais cedo ou mais tarde. No entanto, se há um jogo com potencial para uma enorme surpresa, nestes quartos, é mesmo este.
Bélgica X Portugal
Em Sevilha vai ter lugar um dos dois grandes jogos desta fase da competição. Bélgica e Portugal encontram-se e na verdade pouco interessa o caminho feito até agora – a Bélgica venceu os seus 3 jogos sem dificuldades, Portugal precisou de muito coração para passar até aos oitavos, mas estava inserido no pior grupo de todos.
É muito mais aquilo que une estas duas selecções do que aquilo que as separa. Ambas têm equipas com imensa experiência, uma geração de jogadores brilhante no ocaso das suas carreiras (Vertonghen ou Alderweireld na Bélgica, Ronaldo ou Pepe em Portugal) e expectativas muito elevadas para esta competição.
São ambas treinadas há muitos anos pelos mesmos homens – Martínez e Fernando Santos – e a eliminação neste jogo será um falhanço absoluto para qualquer uma das selecções.
O que é que separa as duas selecções, então? Basicamente, a forma como olham para o jogo. A Bélgica sente-se muito mais confortável com o controlo da iniciativa e com ter posse de bola. Já Portugal abdica sem dificuldade da bola e gosta de jogar no erro do adversário e defender com linhas baixas.
A chave do jogo será mesmo a capacidade de Portugal defender em bloco baixo e tirar a paciência a Lukaku e companhia, que estão habituados a ter espaço. É curioso que se possa pensar assim, mas a Bélgica estaria provavelmente mais confortável em defrontar a Alemanha ou a França do que em encontrar a nossa selecção.
A chave do jogo estará aí, na paciência. E bem sabemos como Fernando Santos é paciente e adora o jogo de equilíbrios.
Portugal parte com ligeiro favoritismo.
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