Uma nova época de futebol está a chegar!
Todos queremos ver a bola a rolar, as novas contratações dos clubes, inovações táticas, as promessas que vão aparecer, as novas equipas no FIFA e no FM.
O futebol está de volta!
É impossível prever com exatidão os vencedores e vencidos, as surpresas da época e as desilusões, mas podemos fazer um apanhado rápido de cada liga de destaque europeu.
Destaques para a nova época de futebol:
📌 Portugal
Um dos campeonatos portugueses mais interessantes deste milénio será o desta época que agora entra.
O Sporting entra como campeão, com ano e meio de trabalho de Ruben Amorim e sem que tenha perdido a sua base – terá agora Champions League, mais jogos e menos descanso, mas muito dificilmente não será a mesma equipa altamente consciente e competitiva.
No Benfica, a juntar a uma boa segunda metade na época passada, há agora um ano de trabalho de Jorge Jesus a dar frutos e uma equipa reforçada face à época anterior.
No Porto a era Sérgio Conceição continua, há a adição de Pepe, Bruno Costa, Vitinha e novos laterais para a rotação.
No fundo, os 3 tradicionais grandes estão saudáveis e prontos para competir em pé de igualdade.
A juntar a isto há o Braga de Carvalhal, que também não perdeu nenhuma das suas estrelas e tem mais um ano de projeto nas costas.
O Vitória tem agora Pepa no banco, provavelmente a grande sensação técnica do ano passado. O Santa Clara vem da melhor época da sua História e já entrou bem na Conference League.
Há muitos e bons condimentos, numa liga em que se espera um Famalicão e Boavista mais fortes que na época passada e Arouca, Estoril e Vizela a virem de épocas muito, muito boas em termos de futebol praticado na 2ª Liga.
Que comecem os jogos!
📌 Inglaterra
A Premier League é sempre interessante, mesmo quando não há grande suspense para descobrir o campeão.
Esta época, isso não vai mudar minimamente. Para onde quer que olhemos, só vemos mais qualidade, mais excitação e mais vontade de brilhar.
Os campeões, o Manchester City, mantem Guardiola e a mesmíssima equipa que venceu a Premier com facilidade e ficou às portas da vitória na Champions League.
O Liverpool perdeu Wijnaldum, mas promete reforçar-se fortemente para voltar a ser o joint-favorite a vencer a liga, mantendo Klopp e esperando não ser dizimado por lesões como na (atípica) época passada.
O Chelsea começa esta época como campeão europeu, com Tuchel a mexer na equipa conforme quis e uma pré-época para cimentar a sua ideia – os blues só vão aparecer mais fortes e capazes do que antes.
Do outro lado de Manchester, o United contratou para já Sancho e Varane e não aparenta ter pontos fracos claríssimos, como aconteceu nas épocas anteriores, apontando pela primeira vez ao título desde a saída de Sir Alex.
Num segundo grupo de equipas, destaque para um West Ham que quererá provar que a época passada não foi um acaso do destino, um Tottenham agora treinador por Nuno Espírito Santo e que quer finalmente assumir-se como um gigante inglês, o Everton agora com Rafa Benítez a prometer ser ultra-competitivo e a grande incógnita, o Arsenal de Arteta, que poderá ser capaz do melhor e do pior.
Há mais, muito mais na Premier League. Não percas de vista o Brentford e o seu projecto Moneyball que promete dar a conhecer muitas caras novas à ribalta.
Em Brighton e em Southampton continuam a morar dos dois treinadores mais excitantes da Europa, Graham Potter e Hassenhuttl e ainda há o Wolves com Bruno Lage para perceber se tem estofo para voltar à Europa.
A melhor liga do mundo deverá manter esse posto por mais uma época, na verdade.
📌 Alemanha
A Bundesliga, quase silenciosamente, tem-se tornado a grande concorrente da Premier League no que diz respeito à qualidade de jogo, entusiasmo e organização.
No topo, verdade seja dita, este pode ainda não ser o ano de mudança.
O Bayern foi buscar Nageslmann ao Leipzig para treinar uma equipa que só está mais forte do que antes com as adições de Richards e Upamecano.
Em Munique continua a morar aquela que é, muito provavelmente, a equipa melhor gerida em toda a Europa.
Só isso explica que o conjunto de candidatos que estão logo atrás – todos eles muito bons – não consiga disputar o troféu da Bundesliga.
O Leipzig entra nesta época sem mudar uma linha do projeto.
No banco estará Marsch, que antes passou pelos clubes RB de Nova Iorque e Salzburgo.
Para suprir as saídas de Konaté e Upamecano há Gvardiol e Simakan. Na frente, André Silva foi contratado depois de uma época em que só Lewandowski marcou mais golos que o português.
Marco Rose e o Dortmund são a grande incógnita deste ano. O clube perdeu Sancho, mas incorporou Mallen. Na frente, Haaland continuará a destruir balizas. Bellingham, Reyna e Dahoud terão mais um ano de experiência.
O futuro deste Borussia é brilhante, especialmente se conseguir não perder as suas principais referências para adversários directos.
Numa segunda linha de clubes da Bundesliga, muitas incógnitas. Wolfsburg e Frankfurt trocaram de treinadores e perderam jogadores importantes.
Conseguirão continuar a crescer, ou serão surpresas pela negativa? Union Berlin e Gladbach deverão manter os níveis da época passada e cimentar a sua posição no segundo nível do futebol germânico.
O dark horse desta liga será o Leverkusen. Conseguiu contratar Lunev, Bakker e Retsos e Seoane estará ao leme depois de sucessivas épocas extraordinárias ao serviço do Young Boys da Suíça.
No plantel há talento para posições de Champions, mas também uma mentalidade questionável que não raras vezes consegue fazer o pior.
📌 Itália
A Itália é campeã europeia.
Mourinho está de volta à Serie A.
A Juventus tem novamente Allegri, Maurizio Sarri tem trabalho num grande (a Lazio) e Simone Inzaghi tentará no Inter manter o status quo.
Será a melhor Serie A em muitos, muitos anos. Há décadas que o futebol italiano não estava tão na moda e com tantas atenções concentradas em si.
Há equipas a jogar futebol de culto, como a Atalanta e Sassuolo. Os grandes italianos estão prontos para voltar a ser grandes europeus.
O AC Milan continuará o seu percurso ascendente e a Roma de Mourinho será uma dor de cabeça para todos os adversários e um candidato à vitória nas Taças.
No meio de tudo isto, temos as estrelas do Europeu para observar. Locatelli, Insigne, Spinazolla, Chiesa, Chiellini e Bonnuci, entre tantos outros.
No topo, é esperado que a Juventus regresse em força e é a maior candidata ao título italiano.
Ao AC Milan ainda faltará mais uma ou duas épocas para ser realmente candidato.
O Inter perdeu Conte e está mais vendedor do que comprador. Lazio e Atalanta, que tanto cresceram em anos, não estão ainda no ponto para levar o scudetto para casa.
Os olhos estão postos no campeonato italiano e com o par Mourinho/Ronaldo por lá, há demasiadas razões para não ser uma das competições favoritas dos portugueses.
📌 Espanha
A La Liga está em transformação.
Durante anos, foi a liga de onde vinham as equipas mais fortes do mundo e que limpavam as competições europeias.
Na época passada o campeonato foi mais competitivo do que nunca, mas sejamos sinceros: foi francamente nivelado por baixo.
Há prós e contras na revolução que a Liga Espanhola tem sofrido.
Por um lado, há menos jogadores que são estrelas mundiais a jogar no Barcelona ou Real Madrid; por outro, o nível geral do campeonato cresceu francamente com clubes como Sevilha e Villarreal a terem ótimas prestações e a trazerem para a ribalta um belo conjunto de jogadores, com Koundé e Moreno à cabeça.
No Real Madrid há Ancelotti, há estádio renovado e a esperança de que Vini Jr seja uma das próximas grandes estrelas do futebol mundial – a adição de Haaland ou Mbappé fariam facilmente do Real o maior fenómeno de marketing desportivo do dia para a noite.
Em Barcelona a manutenção de Messi é ainda uma incógnita – no entanto, Memphis Depay, Eric Garcia e Sergio Aguero.
Ambos os gigantes espanhóis ainda têm star power e são, porventura, os dois maiores clubes do mundo que não residem na Inglaterra.
Mas terão a mesma aura invencível e o mesmo jogo hipnotizante que tiveram durante os primeiros 20 anos deste milénio? Dificilmente.
Em Madrid, o Atlético de Simeone terá bem mais chances de agora revalidar o título do que teve na última vez.
Perderá Saul, já é certo, mas vai ter Rodrigo de Paul, Marcos Paulo e manterá todas as suas outras referências.
Se garantir o regresso de Griezmann, então estaremos a falar de um clube no mesmo patamar de favoritismo de Real e Barcelona.
Na segunda linha de clubes, há crescimento saudável à vista e equipas capazes de fazer épocas memoráveis.
O Sevilla com mais um ano de Lopetegui e Monchi poderá ser a grande surpresa da época.
Emery fará do Villarreal um clube cada vez mais sólido.
Pellegrini eventualmente fará do Bétis o mesmo que fez do Villarreal e Málaga, um clube de culto.
Ficam a faltar Real Sociedad e Valencia, duas equipas muito complicadas de antever porque nas últimas épocas têm sempre conseguido estar completamente desfasadas das expectativas, para o bem e para o mal.