A nova época da NBA já começou e são muitas as dúvidas em torno do que podemos esperar, dentro e fora de campo.
Terminará a época com adeptos nos pavilhões? Pode o Covid encurtar ainda mais a época? James Harden conseguirá aterrar numa equipa em que se sinta bem?
Muitas destas questões permanecerão no ar durante algum tempo. Outras, estaremos mais perto de conhecer a resposta.
No entretanto, vamos abordar 5 outras questões, com 5 previsões da NBA (mais ou menos) arrojadas.
1. Luka Doncic será o MVP
Naquele que é apenas o seu terceiro ano na liga, Luka Doncic já ultrapassou todas as expectativas que os mais otimistas tinham para si.
Se nos primeiros meses da época 2018/19 muito se debatia sobre um duelo nos anos vindouros entre Doncic e Trae Young, cedo se percebeu que por melhor jogador que Young venha a ser, Luka Doncic pode tornar-se num dos melhores da história do jogo.
É suficiente para ser o MVP em 2021? Talvez não. Mas há que contar com vários factores, entre eles a voting fatigue que tornará a vida muito difícil a Giannis na luta pelo prémio ou o facto de Lebron, Kawhi ou Durant terem parceiros de equipa quase ao mesmo nível.
Acima de tudo, ditará o desfecho deste prémio o facto, inegável, de Luka Doncic ser, neste momento, o favorito de analistas, comentadores e adeptos.
Os MVP são atribuídos pelo mérito, obviamente, mas também pela narrativa. E essa não é mais forte para nenhum outro candidato do que para Luka Doncic.
2. Phoenix conseguirá o apuramento para os Playoffs
Se isto fosse dito há 5 anos, choveriam insultos. Os Suns têm sido, na última década, exemplo de má gestão, má sorte e pouco entusiasmo.
Só que não há fome que não dê em fartura. Sucessivos anos de maus resultados permitiram múltiplas escolhas no draft que, a seu tempo, se converteram em belíssimos jogadores ou em importantes moedas de troca.
Assim, chegamos à nova época e este parece ser o ano dos Suns. Numa conferência recheadíssima de talento e com um apetite voraz por tornar a esperança em desilusão, as coisas parecem estar a mudar em Phoenix.
A Devin Booker e DeAndre Ayton, a equipa conseguiu juntar a mente brilhante de Chris Paul. O ano passado viu-se o impacto que CP3 tem junto de uma equipa de quem não se espera muito – este ano o talento que o rodeia é ainda maior. Entre a 6ª e a 8ª posições, os Phoenix Suns estarão nos playoffs ou, pelo menos, no torneio de play-in.
3. Patrick Williams será o ROY
Num draft que não foi especialmente forte, mas em que as três primeiras posições estavam há muito definidas, Patrick Williams foi escolhido pelos Bulls como o primeiro dos últimos, na 4ª posição.
À partida, nada faz prever que a performance de Williams será superior à de LaMelo, Anthony Edwards ou Wiseman.
O talento existe, mas o contexto dos Bulls é uma trapalhada gigantesca e estar atrás de Lauri Markannen na rotação, um dos melhores jogadores da equipa, não torna as coisas mais fáceis.
A questão é que não vai demorar muito até os Bulls pressionarem o último botão no reset da equipa, trocar Zach Lavine e entregar o comando ao par Coby White/Patrick Williams.
Quando isso acontecer, a liga vai acordar para o verdadeiro espécime físico que é Williams e para a energia que traz todas as noites a jogo.
Não terá um impacto digno de um Luka Doncic, Ja Morant ou Zion Williamson, longe disso, mas numa draft class tão mediana, não é preciso tanto para ser o rookie do ano.
4. Os Lakers vão revalidar o título
Talvez a menos arrojada de todas as previsões. Não é que seja mais fácil por se apostar no campeão em título. Ou por apostar na equipa que tem LeBron, o homem que falha uma final de 10 em 10 anos.
É que os Lakers já eram a melhor equipa e só ficaram melhores ainda. Rajon Rondo foi um excelente base de reserva, mas em 2021 Dennis Schroeder é claramente um upgrade. Dwight Howard mostrou lampejos de um velho superman no caminho para o título, mas Marc Gasol encaixa bem melhor com LeBron James (o Q.I. basquetebolístico dos dois, combinado, chegaria quase aos 4 dígitos).
Danny Green foi um dos grandes 3 and D do jogo, mas a troca por Wesley Matthews garante o mesmo rendimento numa maior quantidade de minutos por jogo.
Os Lakers partem como favoritos e têm o título nas mãos, cabe-lhes apenas não o deixarem fugir.
5. Os Knicks não estragaram tudo!
Cada nova época da NBA é uma oportunidade nova para os NY Knicks colocarem a equipa numa situação pior do que estava anteriormente.
No entanto, nesta offseason os Knicks portaram-se estranhamente bem: foram buscar Tom Thibodeau para o banco, os assistentes certos e não pagaram em demasia a nenhuma estrela de 2ª ou 3ª linha da liga.
Os mais experientes dirão que é uma questão de tempo até os Knicks carregarem no botão de pânico e pagarem a mais por um qualquer Zach Lavine ou Blake Griffin. Até, na loucura, hipotecar todo o futuro numa perseguição por James Harden.
Não nos parece que será assim, desta vez. Contra todas as previsões, os Knicks vão aguentar-se quietos e apostar na continuidade, no desenvolvimento dos seus jovens talentos e no estabelecimento de uma cultura, acima de tudo.